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Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

sábado, 2 de outubro de 2010

Desabafo

Não gosto dos padres actuais. Não consigo gostar. Não confio neles. Acho-os ignorantes. E o mais irónico é que eu quero e preciso de encontrar um director espiritual, sinto necessidade de ajuda para continuar a crescer espiritualmente, sempre no bom caminho e em direcção ao Pai Eterno. Mas não consigo confiar em ninguém...
Confio em Deus. Sei que Ele me conhece e sabe do que preciso e não me abandona.

Ontem fui a uma "reunião" de início de Catequese, presidida pelo pároco e dirigida aos pais das crianças que frequentarão mais um ano catequético ou que iniciarão este ano. E pus a palavra reunião entre aspas porque aquilo foi mais uma sessão de catequese para adultos do que uma reunião propriamente dita. Não gostei de ser levada por lorpa e não volto a essas "reuniões".

Poderia pôr muitos defeitos nessa sessão de catequese mas cinjo-me a três:

1º A monotonia da voz do orador (num padre jovem não se justifica);
2º O tipo de linguagem aplicada, que nem toda a gente compreendia (vivo numa aldeia, onde a maior parte das pessoas não prossegue estudos).
3º Apresentação da sessão em Power Point, ainda por cima do mais básico que há e com um tipo de letra que tira toda a vontade de se ler.

Para além disso, eu não sabia que o 3º mandamento da Santa Igreja era: Guardar os Domingos e festas de guarda... (estava escrito no trabalho de Power Point apresentado pelo padre).

Eu estava lá e estava a pensar em Deus e na Sua infinita sabedoria, e a lembrar-me das palavras: Bendito sejas, Pai, que escondes estas coisas dos grandes e as revelas aos pequeninos...

Não foi por acaso que Jesus nasceu numa família humilde, não é por acaso que Nossa Senhora aparece sempre aos humildes ou a crianças; porque a instrução, o conhecimento, enche os corações com coisas que não interessam para nada e não sobra espaço para as coisas verdadeiramente importantes, como o amor genuíno ao próximo e uma verdadeira compreensão das suas necessidades.
Os padres, que deveriam saber e compreender essas coisas, fartam-se de estudar e não sabem nada... Julgam-se conhecedores de uma verdade que não lhes pertence, e julgam os leigos como se lhes fossem superiores, esquecendo as palavras de Jesus: quem quiser ser grande faça-se pequeno...

Que me perdoem os padres sinceros, os que ainda sentem e ouvem no coração a voz de Jesus, mas eu não consigo ver nos padres que conheço esse Jesus, esse Deus que eles apregoam... Pensei vê-lO num, o ano passado, mas não sei se foi ilusão...

Não sou anti-padres, anti-igreja, anti-nada... apenas verifico que um ditado muito antigo está cada vez mais presente na realidade da Igreja; e esse ditado diz, simplesmente, que a religião começou pelos padres e é pelos padres que vai acabar...

Perdoem o desabafo, mas sinto-me triste...

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